Entregas de Coroa de Flores.
Atendemos 24 Horas inclusive sábados domingos e feriados.
Entregamos em qualquer cemitério do DF e Entorno.
(61) 8207-2044 / 8473-9468 / 9938-7206 / 9152-2072

domingo, 28 de abril de 2013



 

 “E, quanto ao vestuário, por que andais solícitos? Olhai para os lírios do campo, como eles crescem; não trabalham nem fiam;

E eu vos digo que nem mesmo Salomão, em toda a sua glória,
 se vestiu como qualquer deles.”
Mateus 6:28-29

Flores para presente
Dar flores de presente é uma ótima opção para quem não sabe o que dar de presente para alguém. (Foto: Divulgação)
Dar presente é sempre bem complicado, não é mesmo? Principalmente quando você não conhece bem a pessoa e não sabe quais são seus gostos, dar um presente fica mais difícil ainda. Mas não é motivo para se desesperar, pois existem presentes que são básicos e que não tem jeito de errar, como flores de presente.
Claro que você não dará flores de presente para um homem, mas muitas mulheres, a grande maioria, gosta sim de receber flores. Embora algumas, mesmo que em minoria, não goste de receber flores, mesmo que ganhem, acabam gostando de algum jeitinho. Flores é um presente delicado e romântico, que mostra que a pessoa se importa com você. Existem milhares tipos de flores que você pode dar de presente para alguém. De margaridas à rosas, são inúmeros os tipos de flores, cabe a você a dar de presente uma que pareça mais com a pessoa que irá ser presenteada, ou no caso de não conhecer muito bem a pessoa que irá receber as flores, opte por tipos conhecidos, como rosas.
As flores são ótimos presentes para ser dados para a namorada, para a mãe, para a esposa e, por incrível que pareça, alguns homens também são adeptos das flores e além de dar, também adoram receber. Conheça algumas flores e qual o momento e a pessoa certa para presentear.

Dicas de Flores para Presentes

A jardineira é uma ótima flor para ser dada de presente para qualquer pessoa. Sua beleza é inigualável e não tem quem resista a tanto charme em uma só flor. Desde crianças até senhoras gostariam de ganhar flores assim.
Jardineira
Jardineira. (Foto: Divulgação)
Para presentear alguém feliz, alto astral e de bem com a vida, a margarida é a flor perfeita. Bonita e reluzente como o sol, a margarida traz muita paz e boas vibrações para quem a ganha. É uma ótima flor para ser dada para pessoas que você não conhece bem, afinal, não há quem resista a uma margarida.
Margaridas
Margarida. (Foto: Divulgação)
As rosas vermelhas são flores ótimas para presentear a esposa, a namorada, a ficante, pois demonstra paixão e traduz o amor. Com o vermelho forte da rosa, o amor é despertado e a parte mais carnal também faz parte do presente.
Rosas vermelhas
Rosas vermelhas. (Foto: Divulgação)
Os lírios são flores perfeitas para serem dadas para mulheres mais experientes. Se precisar presentear tias, mãe ou avós, os lírios são lindos e perfeitos, além de passar mais alegria e beleza para quem os recebe.
Lírios
Lírios. (Foto: Divulgação)

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Nomes de flores


Acácia Amarela
Acácia Amarela
Representa um amor secreto (amante)
Acácia Branca ou rosada
Acácia Branca ou rosada
Contância, elegância
Acafrão
Acafrão
Luz, grandeza, sabedoria.
Adónis
Adónis
Recordação amorosa
Agerato
Agerato
purificação; pureza emocional.
Alstroménia
Alstroménia
Felicidade, amizade.
Altéia
Altéia
Ambição, fecundidade
Amaranto
Amaranto
Imortalidade, vida eterna
Amarílis
Amarílis
Orgulho, altivez, elegância, graça
Amendoeira
Amendoeira
Esperança, despertar
Amor perfeito
Amor perfeito
Meditação, recordações, reflexão
Anémona
Anémona
Persistência, perseverança.
Aquilégia
Aquilégia
Inocência, espiritualidade
Áster
Áster
Lealdade, fidelidade, sabedoria, bons pensamentos, poder, luz
Azaléia Branca
Azaléia Branca
Romance
Azaléia rosada
Azaléia rosada
Amor à natureza (naturalistas)

Camélia Branca
Camélia Branca
Beleza perfeita
Camélia Rosada
Grandeza de alma
Camélia Vermelha
Reconhecimento
Cravo amarelo
Desdém
Cravo Branco
Amor ardente, ingenuidade, talento
Cravo Rosado
Preferência
Cravo vermelho
Amor vivo
Crisântemo amarelo
Amor frágil
Crisântemo branco
Verdade, sinceridade
Crisântemo vermelho
Eu amo

Dália Amarela
União recíproca
Dália Rosada
Delicadeza, sutileza
Dália Vermelha
Olhos abrasadores

Girassol
Dignidade, glória, paixão

Hortência
Frieza, indiferença

Jasmim
Amor, beleza delicada, graça

Lírio
Casamento, doçura, inocência, pureza

Magnólia
Amor à natureza, simpatia
Margarida
Inocência, virgindade
Miosótis
Amor sincero, fidelidade

Narciso
Egoísmo, introvérsia, vaidade, mentira

Orquídea
Beleza, luxúria, perfeição, pureza espiritual

Papoula
Fertilidade, ressurreição, sonho

Rosa Amarela
Ciúme, desconfiança, infidelidade, rosa dos amantes OU Amizade, doçura e carinho (controverso, depende dos autores)
Rosa Branca
Amor a Deus, pensamento abstrato, pureza, silêncio, virgindade
Rosa Vermelha
Admiração, caridade, casamento, desejo, tesão, paixão

Sempre-Viva
Declaração de guerra, imortalidade, permanência

Tulipa Amarela
Amor sem esperança
Tulipa vermelha
Declaração de amor

Violeta
Lealdade, modéstia, simplicidade

Flores Comestíveis


Flores Comestíveis - Curiosidades

prato delicioso de floresAs pétalas de rosa há muito que são usadas em infusões e conservas. Agora são ingredientes de eleição para sobremesas e conferem um sabor suave e muito agradável a pratos fritos, como a tempura de pétalas de rosas, uma entrada deliciosa e rica em vitaminas.
A capuchinha, ou flor de nastúrcio, muito decorativa, de gosto levemente picante e rica em vitamina C, combina na perfeição com saladas. Nativa do Peru, foi introduzida na Europa no final do século XVI e hoje é cultivada em todo o mundo.
Já na Idade Média, a calêndula, originária do centro e sul da Europa e da Ásia, era cultivada nas hortas, desidratada e utilizada como corante em caldos, queijos amarelos, manteiga e bolos. As suas pétalas são utilizadas frescas em saladas, em crepes ou no arroz, em substituição do açafrão.
refeição feita de floresNativo da Europa e Ásia Ocidental, o amor-perfeito contagiou o mundo inteiro. Além de lhe serem atribuídas propriedades diuréticas, é muito requisitado para saladas e sobremesas.
A flor de borago, oriunda do norte de África, é secularmente conhecida por possuir efeitos benéficos sobre o corpo e a mente. Deve ser sempre utilizada fresca, uma vez que perde as suas propriedades depois de seca, e marca presença frequente em saladas ou em bolos e sobremesas.
A begónia, a tulipa, a alfazema e o gerânio são também contempladas nesta selecção, e as suas utilizações variam consoante a imaginação e a experiência dos cozinheiros, tendo sempre em conta as suas características – no fundo, tal como se utiliza qualquer outro ingrediente em culinária.

sandes snack de flores comestíveisFlores Comestíveis - Dicas Gastronómicas e Culinárias

Vinagres e azeites podem ser aromatizados com flores.
Salpique flores em suas saladas para ficarem mais coloridas e apetitosas.
Faça cubos de gelo com flores.
Coloque a flor dentro de utensílios para fazer cubos de gelo e cubra com água. Leve ao congelador e retire na hora de servir.

Flores Comestíveis - letra A

Abobrinha e Abóbora - São as mais conhecidas, também conhecidas como flor de cambuquira. Pode ser até recheada acompanhando pratos salgados e fica incrível em risotos e saladas.
Agave americana - Planta das américas Central e do Sul: sua florescência demora entre 10 e 20 anos (antigamente acreditavam que esse tempo seria de 100 anos). Cultivada no México desde 1561, suas flores são ingeridas com tortilhas. Sua seiva é fermentada e obtém-se o pulque, bebida da qual, destilada, origina-se a tequila ou o mescal.
Allium schoenoprasum - É a popular cebolinha, ou, como chamam os ingleses, chives, usada em salada.
Aloysia citriodora Palau ou verbena-limão - Suas flores são muito usadas para aromatizar vinhos, recheios, aves, conservas e sobremesas, além do seu uso nos licores franceses. Originária do Chile e da Argentina.
Althaea rósea - De origem chinesa, é também chamada de rosa-de-Jericó. Suas flores são grandes, e suas cores podem ser branca, amarela, vermelha ou cor de vinho. Usadas em saladas, e a cor de vinho para escurecer o vinho.
Amor-Perfeito - Tem textura aveludada e é refrescante. Boa para saladas ou aromatizar vinagres.
Anethum graveolens - Conhecido também como endro ou aneto, e os ingleses chamam de drill. Suas flores são usadas em picles de pepino ou de couve-flor.
Anthemis tinctoria, ou camomila amarela - Vinda do sul e centro da Europa, sua floração ocorre entre julho e outubro, na Europa.
Averrhoa carambola, ou carambola - Suas flores são usadas em saladas; seu fruto é também conhecido como “fruto-estrela”, pois, quando cortado transversalmente, tem formato de uma estrela. Podemos fazer suco para beber. Seu suco é bom para tirar manchas das mãos e de roupas. No Brasil, foi introduzida no estado de Pernambuco, em 1817, pois os portugueses a trouxeram da Índia, e sua origem provável é africana. De seu fruto verde fazem-se picles.

Flores Comestíveis - letra B

Bauhinia purpúrea - Suas flores são grandes, a coloração é vermelha ou rósea, e são usadas em saladas, especialmente as de peixe como o atum.
Borago - As pétalas formam uma estrela de 5 pontas, de cor violeta. Boa para saladas e aromatizar vinagres.
Borago officinalis, ou borragem - As flores, quando frescas, têm um tom azul e, quando mais velhas, passam para rosadas; sua origem é da Ásia ou do Mediterrâneo. Usadas em saladas, formam um prato multicor e, segundo dizem, o sabor é de pepino. Os antigos acreditavam que tinham um efeito mágico sobre o corpo e a mente, tornando o homem alegre e feliz.

Flores Comestíveis - letra C

Calendula officinalis - É a popular calêndula. Suas pétalas podem ser misturadas ao arroz, ao peixe, à sopa, aos queijos, iogurtes e omeletes, dando uma coloração como a do açafrão; usada também como corante de manteiga e queijo.
Crocus sativus - É o açafrão verdadeiro, uma planta caríssima, pois, para termos 1 quilo, precisamos de 100 mil flores. Usado há séculos em molhos, arroz e aves.
Curcubita pepo Duchesne - É a nossa conhecida abóbora. Podemos comer suas flores fritas, empanadas em ovo e farinha, ou ainda recheada de queijo forte, ou ainda em sopa, especialmente a de milho.

Flores Comestíveis - letra D

Dianthus cayophyllus - É a nossa conhecida cravina. Suas flores podem ser digeridas em saladas, torta de frutas, sanduíches, e ainda para aromatizar vinagres, geléias, açúcar e vinho. Quando açucaradas, podemos enfeitar bolos. Seu corante é muito usado em confeitaria.

Flores Comestíveis - letra H

Helianthus annuus, ou o famoso girassol - Os botões florais são cozidos, servidos como aspargos, e suas flores em saladas. Era cultivado pelos indígenas no norte do México, há mais de 3.000 anos.

Flores Comestíveis - letra M

Myrtus communis - É a murta, e suas pétalas podem ser usadas em salada de fruta.

Flores Comestíveis - letra N

Nastúrcio - Sua origem é peruana, sendo levada para a Espanha no século XVI. Suas cores vão do amarelo ao vermelho. Seu sabor lembra o agrião. Muito utilizadas em saladas.

Flores Comestíveis - letra P

Pelargonium capitatum, ou gerânio - Muito usado em saladas.

Flores Comestíveis - letra R

Rosa - Muito tradicional na cozinha árabe, onde a essência de rosas é muito utilizada; Em cremes e mousses, combinadas com suco de frutas. Normalmente é feita uma infusão primeiro para concentrar o sabor. Em limonadas e sucos de laranja, para dar um toque exótico.

Flores Comestíveis - letra T

Tabebuia heptapyla - É o ipê-rosa ou piúva. A flor cor-de-rosa é comestível. Planta da Mata Atlântica e floresce de junho a setembro.
Tabebuia impetiginosa, ou ipê-roxo - Como o ipê-rosa, também suas flores são comestíveis. Floresce de maio a setembro e é originário da Mata Atlântica.
Tropaealum majus - Também conhecida como chaguinha ou capuchinho. De flores vistosas, nas cores amarela e vermelha. Começaram a ser usadas no Oriente; flores, folhas e semente têm gosto apimentado.

Flores Comestíveis - letra V

Viola odorata - Violeta verdadeira (não é a violeta-africana, encontrada nas floriculturas). Quando fresca, é usada em saladas; cristalizada, usada para decoração de bolos, pudins e sorvetes.

Rosas - Únicas entre as Flores



rosas coloridas"A rosa é provavelmente a mais sedutora das flores."
De origem asiática, há pelo menos 4 mil anos antes de Cristo, os assírios, babilónios, egípcios e gregos já usavam esta flor como elemento decorativo e para cuidar do corpo e em banhos de imersão.
Para além de decoração (em bouquets, ramos, cachos, etc), as rosas são usadas na produção de cosméticos, remédios e infusões para chás aromáticos.

Existem milhares variedades de rosas conhecidas. Uma das figuras históricas que impulsiona a popularidade da rosa nos tempos modernos é a Imperatriz Josefina, apaixonada pelas rosas. No seu jardim, no “Chateau de Malmaison”, possuía uma das maiores colecções da Europa que, aliás, não parou de crescer até a sua morte em 1814. Foi igualmente em França que, em 1816, surge a primeira rosa Hibrida Perpetua – a “Rose du Roi” – produzida nos jardins reais de Sèvres, em Paris.
rosas amarelasA contínua floração e a beleza estonteante das flores, assim como um crescimento robusto e de uma grande defesa imunológica às doenças, é uma das maiores preocupações dos produtores desde o início da sua cultivação. Através de complexas e obstinadas “hibridações” foram sendo aperfeiçoadas e hoje a maioria das espécies comercializadas tem uma larga época de floração e são muito resistentes a doenças.
A rosa (rosa x grandiflora) é a mais importante espécie da família das rosaceas (rosaceae). Uma característica interessante nesta família é que todas as espécies de rosaceas possuem perfume sabor.
Ao todo, 126 espécies originais silvestres resultaram, com o passar dos séculos e a intervenção da civilização, em mais de 30 mil híbridos, agora espalhados por todo mundo.

terça-feira, 16 de abril de 2013

Morte também é um assunto de criança


A morte é uma situação naturalmente difícil para os adultos, pois envolve dor, separação e sofrimento. Se fosse possível, resguardaríamos as crianças desse momento, mas não podemos poupá-las.

Talvez, no momento desta leitura, você esteja pensando em alguma criança que acabou de perder alguém que amava. Muitas dúvidas surgem: “Devo falar sobre a morte para a criança”? “Como ela entenderá a morte”? “Devo trazê-la ao velório”? “Será bom que me veja chorando”?

Devemos falar sobre a morte para a criança?
crianca05Em primeiro lugar, devemos dizer que morte também é assunto de criança, ou seja, não podemos esconder dela o fato ou evitar que ela tome conhecimento dele. Falar sobre a morte é importante e saudável para ajudá-la a lidar com o sofrimento.
As crianças sentem quando escondemos algo delas e sofrem muito com esta falta de informação. Por isso, em caso de morte de pessoa próxima, ela deve ser comunicada. Adiantamos que esta tarefa não será nada fácil, mas é a forma mais adequada de conduzir tal situação.
Ao falar, leve em conta os seguintes cuidados:
  • Escolha alguém próximo da criança, e que esteja em melhores condições emocionais para lhe dar a notícia.
  • Coloque-a nos braços, acolha-a fisicamente neste momento.
  • Evite detalhar a causa da morte, especialmente em caso de violência.
  • Deixe-a a vontade para perguntar o que quiser sobre o assunto.
  • Utilize a palavra morte e evite substituições como: “dormiu”, “viajou”, “partiu”, “foi embora”. Estas palavras podem confundir a criança que ainda leva tudo ao pé da letra.
Como a criança reage à morte?
A criança também vive o processo do luto – estado de grande tristeza – com algumas diferenças em relação ao adulto. Quanto menor for a criança, menos condições terá de entender racionalmente a morte. As crianças vivem o luto de diferentes maneiras, mas não deixam de experimentá-lo. Algumas crianças demoram um pouco para reagir à morte de alguém querido. Somente com o passar do tempo é que vão sentindo falta de quem se foi e demonstrando esse sentimento de perda.
É comum a criança fantasiar que a pessoa que morreu a abandonou, e sinta raiva por isso, podendo tornar-se mais agressiva por um tempo. Algumas se sentem culpadas, imaginando que fizeram alguma coisa errada e, por isso, a pessoa morreu. Elas costumam arrumar soluções mágicas para evitar esta dor. Não é raro ouvirmos a criança dizer que vai para o céu buscar a pessoa que se foi.
Geralmente, a criança passa a ter medo de perder outras pessoas que ama e fica mais apegada a elas; não quer se separar delas nem para ir à escola ou à casa de um amiguinho. Esse comportamento não é permanente, passará com o tempo, mas os familiares devem ter paciência e compreender o que está acontecendo.
É muito importante que a criança possa ter espaço para falar das coisas que sente, imagina e pensa sobre o acontecido. Neste sentido, a família pode ajudar muito, criando oportunidades para se tocar abertamente no assunto.
Será bom que me vejam chorando?
Nem sempre é fácil para a família tocar no assunto, pois muitas vezes estão todos tristes. Não há motivo para esconder a tristeza, e não há mal algum em a criança ver que os familiares estão chorando e abalados pela perda de alguém querido.
Além disso, permitir-se viver a tristeza da morte e chorar servirá como exemplo para que a criança também expresse sua dor, e seu luto se torne menos pesado e solitário.
Criança deve ir ao velório?
As crianças podem ir ao velório, mas devem ser consultadas a respeito disso. Devemos lembrar que elas não sabem ao certo o que acontece num velório e, por isso, é preciso que o adulto esclareça sobre o que poderá ocorrer nesse lugar. É importante dizer, com palavras simples, que o corpo da pessoa que morreu fica numa caixa especial, por um tempo, para que as pessoas possam vê-lo, mais uma vez, antes de ser enterrado. Também é importante avisá-la que haverá gente chorando, pois estão tristes com o fato. É bom lembrar-lhe de que a pessoa que morreu não sente mais dor, frio ou qualquer desconforto. Após a explicação, pergunte se ela deseja ir ao velório, e só a leve em caso afirmativo; não a obrigue a ir em hipótese alguma, mas também não lhe negue o direito de participar do ritual.
Assim como falamos às crianças sobre a vida, falamos também sobre a morte. Falar de morte não é agradável, mas é necessário, pois ninguém está livre de viver situações de luto envolvendo crianças.

Ana Lúcia Naletto Psicóloga Clínica, coordenadora do centro de Psicologia Maiêutica onde trabalha com enlutados e desenvolve projetos de apoio ao luto nas mais diversas situações. Autora do capitulo “Morte e Luto no contexto escolar” – livro O LUTO DA CRIANÇA – ED. Pleno

quarta-feira, 10 de abril de 2013



Buscamos incansavelmente a felicidade de viver plenamente com dignidade e não apenas sobreviver. Mas o sofrimento é uma experiência humana profundamente complexa que intervém na identidade e subjetividade da pessoa, bem como nos valores socioculturais e religiosos. O enfrentamento da dor exige analgésicos enquanto que o sofrimento solicita significado e sentido. Negligenciar esta distinção é reduzir os tratamentos a sintomas e dores físicas, como se estes fossem a única fonte de angústias e sofrimentos para o paciente. É querer reduzir o sofrimento a um fenômeno físico, a ser dominado pela técnica.
O sofrimento tem que ser cuidado em quatro dimensões fundamentais.
  • a) dimensão física: neste nível, a dor é um claro alarme de que algo não está bem no funcionamento normal do corpo;
  • b) dimensão psíquica: surge freqüentemente ao enfrentar a inevitabilidade da morte. O agonizante perde as esperanças e os sonhos, com a necessidade de redefinir o mundo que está para deixar;
  • c) dimensão social: é a dor do isolamento que surge no ser, obrigado a redefinir relacionamentos e necessidade de comunicação;
  • d) dimensão espiritual: surge da perda do sentido, objetivo de vida e esperança. Todos necessitam de um horizonte de sentido – uma razão para viver e uma razão para morrer.
Pesquisas recentes, nos Estados Unidos, descobriram que o aconselhamento espiritual é uma das três necessidades mais solicitadas pelos doentes terminais e familiares.
Os paradigmas de curar e cuidar
As ações de saúde hoje são sempre mais marcadas pelo paradigma da cura, facilmente prisioneiro da tecnologia, e caracterizado por cuidados críticos, intensivos, de medicina de alta tecnologia. Se algo pode ser feito, logo deve ser feito e se esquece que nem tudo o que é possível realizar cientificamente é eticamente admissível. Também pode-se idolatrar a vida física e alimentar a tendência de prolongar a vida em condições inaceitáveis. Este vitalismo ganha forma na convicção de que a inabilidade para curar ou em evitar a morte é uma falha da medicina.
A falácia desta lógica é que a responsabilidade de curar termina quando os tratamentos estão esgotados e não tendo mais cura, diz-se que “não se tem mais nada para fazer”. Um outro eixo de leitura, compreensão e cuidado é o paradigma do cuidado. O crescente interesse público em torno da eutanásia e suicídio assistido, chama nossa atenção para os limites de “cura” da medicina moderna. Cuidados de saúde sob tal paradigma aceitam o declínio, o envelhecimento e a morte, como parte da condição humana, uma vez que todos nós “sofremos” de uma condição que não tem cura, isto é, somos mortais. A medicina não pode afastar a morte indefinidamente.
"Há um momento para tudo
e um tempo para todo
propósito debaixo do céu.
Tempo de nascer
e tempo de morrer..."
Ecl 3, 1-2
O sofrimento humano somente
é intolerável se ninguém cuida

(Cicely Saunders)
A pergunta fundamental não é se vamos morrer, mas quando e como teremos que enfrentar essa realidade. Quando a terapia médica não mais preserva a saúde ou alivia o sofrimento, tratar para curar torna-se uma futilidade ou um peso e, mais do que prolongar vida, prolonga-se agonia. Surge então imperativo ético de parar o que é inútil e fútil, intensificando os esforços no sentido de proporcionar mais que quantidade, qualidade de vida frente à morte. A ação de cuidar é multidisciplinar, procurando-se promover o bem-estar físico do enfermo, cuidando de sua dor e sofrimento; seu bem-estar mental, ajudando-o a enfrentar angústias, medos e inseguranças; seu bem-estar social, garantindo suas necessidades socioeconômicas e relacionais de ternura e seu bem-estar espiritual, pela vivência solidária e apoio nos valores da fé e esperança.
Cuidados Paliativos
Ganha sempre maior apreciação, aceitação e viabilização prática na área da saúde, principalmente nos países desenvolvidos, a visão de que a medicina paliativa (cuidados paliativos, hospices) constitui a resposta que permite aos doentes terminais a morte digna. Antigamente, esperava-se a morte no leito domiciliar, e o doente era cercado de parentes, vizinhos, amigos e crianças. Aceitavam-se os ritos religiosos, cumpridos sem dramatização. A morte era algo familiar, próximo, e a pessoa sabia que estava morrendo. Hoje, ela é escondida, vergonhosa, como fora o sexo na era vitoriana.
É como se dissesse: “desculpem nossa falha técnica”. A boa morte atual é a morte repentina, mais temida na antigüidade, isto é, morrer sem perceber que se está morrendo. O objetivo dos cuidados paliativos é permitir aos pacientes e suas famílias, viver cada dia plena e confortavelmente, tanto quanto possível, e lidar com o stress causado pela doença, morte e luto. O seguimento e aconselhamento da família enlutada é também levado muito a sério no entendimento de que a morte não é problema para quem parte, mas para quem fica!
Cuidar dignamente do doente terminal significa respeitar a sua integridade, garantindo que suas necessidades básicas sejam honradas, entre outras:
  1. seja mantido livre de dor, tanto quanto possível, e que o sofrimento seja tratado;
  2. receba contínuos cuidados e não seja abandonado;
  3. tenha o controle, o melhor possível, a respeito de informações e decisões sobre seu tratamento;
  4. seja ouvido e acolhido como pessoa, em seus medos, pensamentos, sentimentos, valores de fé e esperanças;
  5. possa escolher se despedir da vida onde achar melhor.
Dignidade de viver e morrer!
O desafio ético é considerar a questão da dignidade no adeus à vida, para além da dimensão físico-biológica e do contexto médico-hospitalar, integrando ao seu horizonte a dimensão sócio-relacional. A mídia alardeia casos que nos envolvem sentimentalmente e anunciam o direito do ser humano a uma morte feliz, sem sofrimento. Qual o significado disso diante da morte violenta de milhares pela violência social? Há muito a fazer para que a sociedade compreenda que morrer com dignidade decorre do viver dignamente. Antes do direito à morte humana, há que ressaltar o direito de que a vida, já existente, esteja conservada, preservada e plenamente desabrochada.
Isto é ter direito à saúde. É chocante e irônico constatar que a mesma sociedade a negar o pão para a vida humana, oferece alta tecnologia para o ser humano “morrer bem”. Não podemos passivamente aceitar a morte, quando é conseqüente do descaso pela vida. Frente a isso é necessário cultivar uma santa indignação ética. Podemos ser curados de uma doença mortal, mas não de nossa mortalidade. Quando esquecemos isso, caímos na tecnolatria e na absolutização da pura e simples vida biológica. Procuramos a cura da morte, mas não sabemos o que fazer com quem se aproxima do adeus.
É a obstinação terapêutica (distanásia) adiando o inevitável, que acrescenta somente mais sofrimento e vida quantitativa mais que qualidade de vida. Nasce uma sabedoria a partir da reflexão, aceitação e assimilação do cuidado da vida no adeus final. Há a convicção profunda de não abreviar intencionalmente a vida (distanásia) de outrem, e a visão para não prolongar o sofrimento e adiar a morte (eutanásia). Entre o não abreviar e o não prolongar está o amarás... É difícil amar o paciente terminal, com a gratuidade com que se ama um bebê, sem a exigência do retorno. Como fomos cuidados ao nascer, precisamos também ser amados ao morrer.


domingo, 7 de abril de 2013

Regras de Luto - Associação Religiosa Israelita


1. Por que se costuma fechar os olhos do falecido imediatamente após a morte?
De acordo com a tradição mística judaica, a pessoa quando morre encontra-se com o Criador. E seria indecoroso contemplar a Presença Divina ao mesmo tempo em que se observa as coisas mundanas. Fechando os olhos do falecido para o mundo físico, permitimos que ele os abra para a paz do mundo espiritual.
Geralmente é o filho quem pratica este ato, em lembrança das palavras confortantes de Deus ao patriarca Jacob: "Teu filho José colocará as mãos sobre teus olhos" (Gênesis 46:4).

2. Por que se cobre o corpo logo após o falecimento?
A tradição judaica considera que deixar o corpo à vista é uma violação do princípio de "kevod ha'met", respeito pelos mortos. Mais ainda, se deixássemos o corpo exposto, estaríamos limitando nossa perspectiva à realidade física da morte. Cobrindo-o, tentamos conservar na memória a imagem da pessoa em vida, e alargamos nossa visão para abranger uma dimensão espiritual .
3 .Por que se colocam velas acesas ao lado do corpo?
"0 espírito do homem é a vela do Senhor" (Provérbios 20:27). A luz das boas ações praticadas pelo falecido ao longo da vida o acompanhará ao repouso eterno. De acordo com o pensamento místico judaico, a chama simboliza a alma do ente que partiu, pois ela se dirige sempre para o alto. Mantendo uma vela acesa durante a primeira semana de luto, e também no dia do aniversário do falecimento, estamos ajudando a ascensão da alma aos céus .

4. Quanto tempo após a morte deve se realizar o sepultamento?
A lei judaica ordena que o corpo seja sepultado o mais breve possível, de preferência no mesmo dia. Uma exceção é feita no Shabat e no Yom Kipur, durante os quais não se pode realizar o enterro.
Adiar o sepultamento é visto como um desrespeito para com o falecido e só deverá ocorrer na necessidade de aguardar a chegada dos filhos. Segundo as fontes místicas judaicas, a alma só descansa depois que o corpo é enterrado .

5. Por que é costume fazer um rasgo na roupa dos enlutados?
Este ritual, keriá, é um sinal tradicional de luto desde os tempos bíblicos. A Torá relata que Jacob, ao receber a falsa notícia de que seu filho José tinha sido devorado por uma fera, reagiu "rasgando as vestes" (Gênesis 37:34). Também David rasgou suas vestes ao saber da morte do Rei Saul e seu filho Jonathan.
Esse ritual tem uma finalidade psicológica: uma forma de descarregar a dor e a angústia diante da perda de um ente querido.
Ao rasgar a roupa, o enlutado profere a benção "Baruch Dayan Emet", "Bendito seja o verdadeiro Juiz", demonstrando assim que apesar da tragédia, sua crença em Deus e na justiça divina continua inabalável.

6. A lavagem do cadáver antes do enterro não seria uma profanação do corpo?
Muito pelo contrário. um tributo que prestamos ao morto. A origem desta tradição milenar se encontra no Livro de Eclesiastes: "Assim como veio, assim irá." Da mesma forma como um recém-nascido é imediatamente lavado e ingressa no mundo fisicamente limpo e espiritualmente puro, assim também aquele que parte é simbolicamente purificado através do ritual da tahará ("purificação").
7. Por que o corpo é sepultado envolto apenas em uma simples mortalha branca?
No antigo Templo, o Sumo Sacerdote usava uma simples vestimenta de linho branco no dia mais sagrado do ano, Yom Kipur. Lá ele confessava a Deus, e pedia o perdão divino pelos seus pecados e os pecados do seu povo. Analogamente, quando a pessoa morre, ela vai ao encontro do Criador envolta numa simples roupa branca, símbolo de humildade e pureza.
Mais ainda, enterrando ricos e pobres em vestes iguais, simples e sem quaisquer ornamentos, ressaltamos um dos grandes valores judaicos e universais: a igualdade social.

8. Por que as pessoas que acompanham o caixão fazem apenas algumas paradas antes de chegar ao túmulo?
Simbolicamente, as paradas demonstram nossa relutância em nos separarmos do ente querido que morreu.
9. Por que os parentes mais próximos jogam os primeiros punhados de terra sobre o caixão?
Nas palavras da Bíblia: "Porque és pó, e ao pó tornarás" (Gênesis 3:19). Participando do ato do sepultamento, demonstramos que aceitamos a vontade de Deus. Simbolicamente, devolvemos a Ele o que Ele nos deu.

10. Por que não há caixões ornamentados e flores nos enterros judaicos?
Nós judeus frisamos a igualdade de todos os seres humanos em sua morada final. Na morte, "rico e pobre se encontram, pois ambos foram criados por Deus" (Provérbios 22:2). Somente as pessoas abastadas poderiam ser enterradas com pompa. Por esta razão, fazemos questão de realizar o enterro sem ostentação, sem enfeites, sem flores, ressaltando o respeito ao falecido através da simplicidade.

Mais ainda, nossos rabinos tinham receio da tendência humana de cultuar os mortos. É interessante notar que o local do sepultamento de Moisés é desconhecido, para evitar que cometamos o pecado da idolatria. Nós, como judeus, não cultuamos os mortos. Pelo contrário: diante da morte, reafirmamos a vida. E traduzimos a memória em ação.

11. Quando se vai ao cemitério para um enterro, pode-se aproveitar e visitar túmulos de parentes e outras pessoas?
Claro que sim. A lei judaica nos proíbe visitar o mesmo túmulo duas vezes num único dia. Esta regra tem sido mal interpretada por algumas pessoas, que entendem ser proibido visitar outro túmulo depois de assistir a um enterro. Completamente sem fundamento.

Por outro lado, a lei judaica exige que, no final do enterro, os presentes fiquem em fila para consolar os enlutados. Talvez por este motivo, alguns acham desaconselhável visitar outro túmulo após o enterro.
Em suma, é permitido visitar quantos túmulos se queira, desde que antes seja cumprida a obrigação humana de dar apoio e solidariedade aos recém-enlutados.

12. Por que os judeus lavam as mãos ao saírem do cemitério?
Certamente não por motivos de higiene. A morte não é suja; a morte é uma parte natural, lógica e orgânica da vida. Lavamos as mãos porque a água é o símbolo da vida, reafirmando assim nossa crença de que a vida é mais forte do que a morte.

Após lavar as mãos, deixamos que elas se sequem naturalmente, sem usar uma toalha. Simbolicamente, demonstramos assim nosso desejo de jamais obliterar nossos laços com o falecido e, pelo contrário, conservá-lo em nossa memória para todo o sempre .

13. Por que é costume incluir ovos na primeira refeição dos enlutados após o enterro?
A forma arredondada do ovo simboliza a natureza cíclica e contínua da vida, e reflete nossa crença na imortalidade da alma.

Embora não retenha mais seu formato original, o ovo foi num estágio anterior a fonte de uma nova vida. Assim também, apesar de não podermos mais desfrutar da presença física do ente querido que partiu, estamos conscientes de que as sementes que ele plantou aqui na Terra ainda gerarão belos frutos, e que seu espírito viverá eternamente.

Outra explicação: assim como o ovo não pára numa mesma posição e vira continuamente, esperamos que a nossa sorte também possa virar, e que a tristeza de hoje possa se transformar na alegria de um novo amanhã .

14. Em que consiste a tradição de ficar sete dias em casa após uma morte na família (Shivá)?
A palavra "Shivá" significa "sete", e se refere ao período de sete dias de luto contados a partir do dia do enterro. A tradição tem origem na Torá, quando José "chorou sete dias" pelo seu pai, Jacob (Gênesis 50:10). Durante uma semana, os enlutados ficam em casa, abstendo-se de quaisquer atividades profissionais ou de lazer. Parentes e amigos fazem visitas de condolências a casa dos enlutados, e três vezes por dia (de manhã, à tarde e à noite) realizam-se serviços religiosos.
A instituição da Shivá tem como finalidade dar a família folgas psicológicas e espirituais para continuar depois da perda de um ente querido. O enlutado não está só; muito pelo contrário, ele faz parte da "comunidade dos enlutados de Sion". É esta consciência de grupo que lhe dá conforto, já que recebe o apoio e o consolo dos familiares e amigos durante estes dias e que lhe permite emergir fortalecido, preparado para enfrentar as vicissitudes da vida, e pronto para reassumir suas responsabilidades perante o seu povo .

15. Por que se cobrem os espelhos de uma família enlutada?
Trata-se de um costume relativamente recente (datando da Idade Média), que pode ser explicado de várias maneiras.
Primeiramente, durante a Shivá (a primeira semana de luto), realizam-se diariamente serviços religiosos na casa dos enlutados. A lei judaica proíbe rezar diante de um espelho.
Outra razão é que a função básica do espelho relaciona-se diretamente com a vaidade pessoal, e esta contraria o espírito do luto, especialmente durante os primeiros dias, quando o enlutado deve se abster de fazer a barba, cortar o cabelo, enfeitar-se, etc.
Finalmente, o espelho reflete a imagem da pessoa somente se ela estiver fisicamente presente diante dele. Ao cobrirmos os espelhos na casa dos enlutados, demonstramos simbolicamente que mesmo sem a presença física daquele ente querido que partiu, sua imagem continua real e viva. Longe dos olhos não é longe do coração .

16. Por que os enlutados sentam-se no chão durante a Shivá?
O costume provém do relato bíblico sobre o Rei David. Ao receber a notícia da morte de seu filho, David "rasgou suas vestes e prostrou-se por terra" (II Samuel 13:31). Sentando-se no chão ou em banquetas baixas, os enlutados expressam seu pesar e seu desejo de ficar perto da terra na qual o ente querido está sepultado.
17. Por que os enlutados não usam sapatos de couro durante a Shivá?
O desconforto físico é um meio de acentuar o estado de luto. Neste contexto, os enlutados abstêm-se de usar sapatos de couro, roupas novas, cosméticos, enfim tudo que traz conforto e prazer.
18. Por que não se faz barba quando se está de luto?
Quando perdemos alguém que nos é muito querido, nós nos "retiramos" da sociedade. Abatido pelo trágico golpe, o enlutado se abandona simbolicamente, descuidando a aparência pessoal, deixando crescer a barba e o cabelo durante trinta dias, assim como o antigo nazireu. O espírito do isolamento é o de um afastamento temporário do convívio social.

19. Por que não se observa a Shivá no Shabat e nos feriados principais?
De acordo com a lei judaica, nenhum indivíduo pode chorar uma perda pessoal nos dias nacionais de festividade. A santidade e a alegria do Shabat e dos feriados sobrepõem-se à tristeza do luto.
Embora o Shabat seja contado como um dos sete dias, interrompe-se temporariamente a observância da Shivá, e os enlutados costumam sair de casa nesse dia para assistir aos serviços religiosos na sinagoga. Quando termina o Shabat, reinicia-se a Shivá.
Se um dos principais feriados judaicos (ou seja, os feriado bíblicos) cai durante a Shivá, o restante da Shivá é anulada. O mesmo acontece quando ocorre um feriado entre o término da Shivá e o trigésimo dia de luto: anula-se o restante do Shloshim (veja pergunta seguinte).

20. O que é Shloshim?
A palavra "Shloshim" significa "trinta" e se refere ao período de luto entre o término da Shivá e o trigésimo dia. Existe na Bíblia uma alusão ao prazo de um mês como período de luto: "Ela permanecerá em tua casa, chorando seu pai e sua mãe durante um mês" (Deuteronômio 21:3).
Embora muitas das restrições referentes à Shivá sejam mantidas durante o Shloshim, o enlutado começa nesta fase a reintegrar-se na sociedade e reassume, em parte, sua vida normal .

21. O que é Kadish?
0 Kadish é um hino de louvor a Deus. Por ser tradicionalmente recitado nos enterros e nos serviços comemorativos dos finados, ele é popularmente considerado como uma oração pelos mortos. Entretanto, o Kadish não faz nenhuma referência à morte ou ao luto.
É puramente uma exaltação a Deus e uma súplica por um mundo de paz.
Embora os cabalistas do século XVI atribuíssem um caráter místico ao Kadish, alegando que toda vez que ele era recitado, a alma do falecido se elevava a um nível espiritual mais alto o valor intrínseco do Kadish se relaciona à pessoa que o recita. É uma expressão pública de fé em Deus por parte do enlutado, uma aceitação da Sua vontade mesmo em face da dor e da tristeza, uma submissão aos desígnios divinos diante da incapacidade de racionalizar uma tragédia pessoal.
O Kadish tem sido um dos fatores predominantes da continuidade do povo judeu - um elemento essencial daquele cordão umbilical que vem ligando as gerações judaicas uma à outra através dos tempos .

22. Por que o kadish é recitado em aramaico?
Nos tempos talmúdicos, o hebraico era o idioma dos eruditos, a língua do estudo e da oração, porém o vernáculo era o aramaico.
Os rabinos achavam essencial que qualquer leigo pudesse captar plenamente o significado do Kadish. Decretaram, portanto, que esta oração fosse sempre proferida na língua em que foi composta: em aramaico, a linguagem do povo .

23. Por que existem várias forma de kadish?
O Kadish era originalmente recitado no final de um sermão ou de uma sessão de estudos, e continha um parágrafo a mais que constituía uma prece pelo bem estar de todos que se dedicam ao estudo da Torá. A primeira referência ao Kadish como uma oração dos enlutados se encontra no livro Or Zarua, escrito no século XIII pelo Rabino Isaac Ben Moses de Viena.
Além destas duas formas - o Kadish dos rabinos (Kadish de'Rabanan) e o dos enlutados (Kadish Yatom) - duas outras versões são usadas em nossas sinagogas hoje em dia: uma forma abreviada recitada no final de cada parte do serviço (Chatzi Kadish) e o "Grande Kadish" (Kadish Shalem), recitado no término do serviço religioso .

24. Quem deve recitar o kadish por uma pessoa falecida?
De acordo com a lei judaica, a obrigação de recitar o Kadish recai sobre os filhos homens, e deve ser cumprida na presença de um minyan. Quando não há filhos vivos, o parente mais chegado costuma fazê-la. As filhas não são obrigadas a recitar o Kadish.
As autoridades ortodoxas sugerem que as filhas honrem a memória dos pais ouvindo atentamente a recitação do Kadish e respondendo "Amém" .

25. Por que os filhos devem recitar o kadish diariamente durante onze meses após a morte do pai ou da mãe?
Originalmente, os rabinos estipularam que o Kadish deveria ser recitado durante um ano, até terminar o prazo de luto no qual os filhos devem se abster de participar de reuniões festivas, bailes, etc.
Existe na antiga tradição judaica uma crença de que toda pessoa, após a morte, tinha que expiar os pecados cometidos na Terra, antes que sua alma pudesse entrar no Paraíso. E quanto maior o número de pecados, maior o tempo de expiação, sendo que o prazo máximo era de doze meses.
Baseado nesta crença, o Rabino Isserles de Cracóvia decretou no século XVI que o Kadish deveria ser recitado somente durante onze meses, pois se fosse mantido o período total de um ano, poderia parecer que o falecido tinha sido um pecador do mais alto grau .

26. Por que se coloca uma pedra tumular?
0 costume de colocar uma pedra tumular (matzeivá em hebraico) remonta aos tempos dos nossos patriarcas. É um ato de respeito pelo falecido. Marcando visivelmente o local do sepultamento, asseguramos que os mortos não serão esquecidos, e sua sepultura não será profanada.
A pedra tumular pode ser colocada a partir do término da Shivá. O mais comum, entretanto, é esperar decorrer um ano para inaugurar a matzeivá. Isto porque uma das funções básicas da pedra tumular é manter viva a memória do falecido. E, de acordo com o Talmud, "a memória dos mortos torna-se menos intensa após doze meses".
A tradição judaica recomenda que a Iápide seja simples, sem nenhuma ostentação. Simbolicamente, porque a morte é o grande nivelador. Se havia diferenças em vida, elas são eliminadas na morte. Não há ricos nem pobres. Somos todos iguais, porque nosso destino final é o mesmo .

27. O que é o Yahrzeit?
Yahrzeit é o aniversário do falecimento, calculado pelo calendário hebraico. Nesse dia costuma-se visitar o túmulo do falecido e mantém-se uma vela acesa durante 24 horas. Os filhos recitam o Kadish na véspera, à noite, e no próprio dia do Yahrzeit, de manhã e à tarde.
Algumas pessoas jejuam no dia do Yahrzeit de um parente chegado, em sinal de pesar. Os chassidim, entretanto, consideram o Yahrzeit uma ocasião de júbilo - com base no conceito místico de que a cada ano que passa a alma do falecido ascende a um nível espiritual mais alto .
28. Como se calcula o Yahrzeit?
0 Yahrzeit é contado a partir do dia da morte, seguindo o calendário judaico. Por exemplo, se uma pessoa faleceu no terceiro dia do mês de Tevet, seu primeiro Yahrzeit é comemorado exatamente um ano depois, isto é, novamente no dia 3 de Tevet.
Existe uma exceção a esta regra. Se, por algum motivo, o sepultamento se realizou três ou mais dias após a morte, o primeiro Yahrzeit é calculado a partir do dia do enterro. Nos anos seguintes, entretanto, observa-se o Yahrzeit no aniversário do falecimento .

29. O que se faz com os pertences pessoais de um falecido?
Não existe nenhuma lei em si. É costume guardar as roupas que o falecido estava usando quando morreu. As outras roupas e demais pertences, com exceção dos sapatos, podem ser usados ou distribuídas entre parentes, amigos e instituições beneficentes. Trata-se de um assunto pessoal, no qual a lei judaica não interfere.
30. Por que muitas pessoas se retiram da sinagoga antes do yiskor?
Sendo um tributo aos mortos, o Yizkor pode ser recitado em memória de qualquer parente falecido. No entanto, o mais freqüente é as pessoas recitarem o Yizkor pelos pais. Daí surgiu o costume de que aqueles cujos pais estão vivos não permanecem na sinagoga durante o serviço comemorativo .

31. A lei judaica permite a cremação?
Não, por dois motivos. Primeiro, porque a cremação era originalmente um ritual pagão, um ato associado com a idolatria que o Judaísmo combateu.
Segundo, porque a lei judaica proíbe a mutilação do cadáver. A Bíblia afirma: "Porque és pó, e ao pó tornarás" (Gênesis 3:19). A decomposição do corpo deve ocorrer naturalmente, sem interferência externa.
Em casos de epidemias é necessário consultar um rabino .

32. Um judeu pode ser sepultado conforme o ritual judaico num cemitério ecumênico?
De acordo com o Talmud, "o homem deve ser enterrado em seu próprio terreno" (Bava Batra 112a). Um cemitério judaico é considerado patrimônio comum da coletividade israelita, satisfazendo portanto o preceito talmúdico. No caso de um cemitério não-judaico ou "ecumênico", o ritual judaico de sepultamento só pode ser realizado desde que forem cumpridas as seguintes exigências:
1) A família deve adquirir um lote inteiro no cemitério, para que possa ser qualificado como "terreno próprio". A sepultura em si não é considerada "propriedade";
2) O lote deve estar situado numa parte desocupada do cemitério, para que possa ser cercado e delimitado como um terreno separado.
Dada a complexidade das condições acima estipuladas, é norma do Rabinato não celebrar o rito judaico de sepultamento fora de um cemitério israelita .

33. Um rapaz convertido ao Judaísmo, pode observar a Shivá e dizer o Kadish quando morre sua mãe não judia?
Obrigação ele não tem, mas se o convertido quiser observar o luto pela sua mãe segundo a maneira tradicional judaica, ele pode. O respeito aos pais é um dos mandamentos máximos do Judaísmo. E tal mandamento não conhece distinções religiosas.
Mais ainda, a finalidade do Kadish, na verdade, não é rezar pelos mortos. 0 Kadish é uma expressão da nossa fé inabalável em Deus diante do mistério da morte. E não teria sentido a lei judaica proibir tal louvor a Deus, em nenhuma circunstância .
34. Como o Judaísmo entende a vida após a morte?
A idéia de vida após a morte é um postulado da teologia judaica, porém não uma afirmação. E como muitos outros conceitos, está sujeito a diversas interpretações.
Para uns, a noção de "vida após a morte" é uma declaração da crença na vinda do Messias, que ressuscitará fisicamente os mortos. Para outros sábios, é o paraíso das almas, chamado de Gan, Éden espiritual .